segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OS MELHORES AMIGOS & AS PIORES ALTURAS

Há quem diga que é nas ‘piores-alturas’ que se revelam os ‘melhores-amigos’. Concordo.
A verdade é que sou uma abençoada.
Se tivesse de quantificar, diria sem hesitar que tenho muitos conhecidos e poucos amigos. Não os classifico como bons ou maus, mas sim como Amigos.

Eternos na minha Vida, sinto-me instalada nos seus corações.
Com eles posso partilhar todos os momentos. Os de conquista, plenitude, alegria e aqueles em que a dúvida me assalta e a tristeza me persegue.

Mas, foi com a Vida que aprendi a sabê-los.
Hoje felizmente, sei-os de cor.
Não por serem poucos, mas por serem VERDADE.

E, porque nada é de uma só vez, foram as circunstâncias da Vida que aos poucos foram sabiamente repondo esta VERDADE.  
Através delas, fui percebendo que as minhas expectativas tantas vezes tiveram pernas e que a idealização do outro, foi muitas vezes engodo para o meu coração. 
Em paralelo, percebi também que a amizade requer alguns pilares de sustentação.
Pilares esses que ultrapassam qualquer expectativa ou ‘invenção-do-outro’.
Finalmente as minhas células sabem, que AMIZADE sem RECIPROCIDADE é pura ilusão.
Interessar-me por quem não se interessa por mim, é como encher o roupeiro de roupa que já não uso, ou ir às compras com a lista do que já tenho em casa.
É redundante, supérfluo e não faz qualquer sentido.
Principalmente quando espaço cheio é sinónimo de…coração vazio.      
Talvez por isso, a determinada altura não só esvaziei o meu roupeiro, o meu email e o meu telefone, como ME esvaziei daqueles a que, por ‘inocência’ um dia considerei amigos.            
Só eu os conseguia ver, pois na realidade eles nunca se mostraram.

Cega que estava para o essencial, quis a Vida que nas tais ‘melhores-alturas’, um pouco do véu fosse levantado. Mas, os meus olhos embaciados pela neblina, só conseguiam tornar visível o…inexistente.     
Foi então, que vieram as tempestades, as ditas ‘piores-alturas’.
Com elas surgiu o rosto da VERDADE.
Sólido, transparente, amadurecido.
A ilusão óptica tinha expirado o seu prazo e eu pude finalmente ver com o coração.

- Perdeste alguns amigos, disse-me ele baixinho.

Não, querido coração, não perdi.
A verdade é que perdi ilusões e ganhei aprendizagens.   
Os Amigos esses, não se ‘perdem’ nunca.
Se não estão hoje, não estiveram ontem e não estarão amanhã.
Se não São, nunca foram.
Se partem, talvez nunca tenham mesmo…chegado a chegar. 

Sem comentários:

Enviar um comentário