Faço
parte dos que acreditam que tudo o que nos acontece tem um propósito na nossa
Vida.
Faço
ainda parte dos que sentem na epiderme, o apelo desta ordem maior, que ao longo
da vida vai capitalizando bênçãos e acontecendo naturalmente através do uno e
balsâmico poder da oração.
A ausência
de solidão que a ligação ao divino permite anula as palavras e as lógicas
explicações.
Porque
é que uns têm fé e outros não? A verdade é que não sei.
Sei
apenas que tal como tantas outras coisas, a fé não se ensina.
Recordo-me
de desde muito pequena de me sentir uma pessoa de fé.
Não
da ‘fé-religiosa’ nem da recitação compulsiva de textos em que se fala de
pecaminosos pecados e condenados pecadores, mas sim da fé tranquila de me
sentir ligada a esta ordem maior a que chamo Deus, mas que na realidade não
precisaria de nome algum, pois as coisas simples da Vida são realmente
inomináveis.
Como
humana que sou, muitas vezes, esta minha fé foi testada e outras tantas
bastante abalada.
Quando
estamos no escuro, parece-nos estranho a existência da luz e principalmente a
possibilidade dos nossos olhos se poderem de novo com ela encontrar.
A
verdade é que sempre que encostamos os nossos olhos a um papel, a nossa
capacidade visual diminui, precisando de distância para voltar ao seu “normal”.
Assim
é, na nossa Vida também.
Precisamos
dum certo “zoom” para integrar as experiências e entender qual o propósito das
mesmas no nosso processo de transformação.
E,
apesar dos momentos de dor nos parecerem eternamente eternos, a verdade é que
na Vida tudo passa, tudo é cíclico, tudo tem a sua própria dinâmica e a sua ordem
respectiva.
Nada
existe fora de nada.
Depois
dum forte abalo, saímos sempre mais fortes e mais perto de quem somos na nossa
essência.
È o
medo que nos faz recear as experiências e desacreditar na inteligência da Vida
e na sua profunda sabedoria.
O
livre arbítrio existe para facilitar a nossa parceria com a Vida e não para a
dificultar ou inibir.
A
forma como escolhemos interpretar as experiências, e o sentido que lhes atribuímos
define o nosso caminho, aumentando, diminuindo ou anulando a nossa fé.
Ter
fé não é desresponsabilizar-se de si-mesmo, entregando o que é seu em
“mãos-alheias” sem nada fazer.
È
precisamente o contrário.
È
responsabilizar-se pela sua própria Vida e pelas suas próprias escolhas,
sabendo que tal como um candeeiro não dá luz sem estar ligado a uma ficha,
também nós, sem ligação ao divino permaneceremos na escuridão.
Ter
fé é muito mais que acreditar em algo.
Ter
fé é sentir nas veias a certeza da protecção divina.
É
estar grato por cada bênção e cada desafio.
Ter
fé é escutar a apaziguadora voz do divino em nós, experienciando a força da
oração e o poder a que a mesma nos conduz.
É
confiar!
Afinal,
como diz um texto sagrado – quando Deus nos dá um problema para resolver é porque antes dele já
nos deu a solução! :-)
Adoro seus textos, Cristina! Estou numa face de conhecer a minha essência, buscando respostas para tantas indagaçães...suas palavras me confortam e me dão coragem para continuar, mesmo sem saber para onde ir...
ResponderEliminarAdoro seus textos, Cristina! Estou numa face de conhecer a minha essência, buscando respostas para tantas indagaçães...suas palavras me confortam e me dão coragem para continuar, mesmo sem saber para onde ir...
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