Um
dia em que recebemos respostas para perguntas há muito apertadas dentro de nós,
bem como um dia em que perguntamos coisas que nunca pensaríamos vir a perguntar.
Foi um
destes dias que me aconteceu há uns anos atrás.
Após uma
dolorosa ruptura uma amiga arrancou-me de casa para um regenerador e solarengo café
na praia. No meio das centenas de palavras de conforto, por fim chegou a frase sintetizadora
da nossa conversa – “ Acorda, quem não te quer não te merece!”
E,
porque no meio da dor, da perda e da desilusão qualquer novidade que nos faça
vislumbrar uma luz no escuro horizonte é bem-vinda, dei comigo a repetir vezes
sem conta esta espécie de mantra.
Na
altura, queria à força que as palavras tivessem o poder de me consolar, o que
não acontecia. Queria à força esquecer aquela pessoa, com quem tinha vivido
momentos de grande dor e irritava-me o facto da repetição massiva do dito
“mantra” não ter o poder de afastar de mim as lágrimas que dia a adia me esmagavam.
Ora
se “ quem não me quer, não me merece”, porque não consigo eu desligar-me desta
pessoa?
Hoje
distanciada e com outras experiências que me ajudaram a integrar a verdade do
Amor, sei nas minhas células que nada nele é CONDICIONAL, isto é, quando é de AMOR
que falamos e não de carências ou dependências, não há nem esquecimento, nem
afastamento e nem ruptura possível.
Já as
relações são condicionais e condicionantes, sendo grande parte delas baseadas nas
nossas feridas, no nosso medo de sofrer e não no nosso grande apelo para amar.
Convidam-nos a viver experiências muitas vezes dolorosas para saramos feridas existenciais,
egos exacerbados, posses contraditórias, mentiras que queremos tornar verdades
e ilusões que inevitavelmente nos desiludem para que possamos perceber a
verdade do AMOR.
Assim
sendo, e porque o Amor não é condicional nem condicionante, não está, nem nunca
estará dependente do AMOR do outro para existir.
As “estratégias”
para esquecer alguém podem existir é um facto.
Acredito
até que podem ser uteis em determinadas situações. Porem, quando estamos a falar
de AMOR, jamais resultarão.
Ao
terminar uma relação, aceitar a permanência e incondicionalidade do AMOR é um bom
começo.
Depois, aceitar que a mesma pode terminar apesar de existir AMOR pode ajudar.
Depois, aceitar que a mesma pode terminar apesar de existir AMOR pode ajudar.
Agora, repetir mantras para “afastar” do nosso pensamento quem está dentro de nós é duro
e bastante improvável.
Voltando
por fim, à frase da minha amiga – “Quem não me quer, não me merece”, hoje sei
que sempre que alguém “não me quer” está no seu direito.
No
entanto se esse alguém tiver ganho lugar cativo no meu coração, nele
permanecerá para sempre.
Se me "merece" ou não, não é para mim importante.
Porque
o meu grande MERECIMENTO é respeitar a VERDADE do meu coração e a beleza do que
nele está contido – O AMOR tal como É e não como eu por “me-dar-mais-jeito”,
gostaria que ele fosse!
Que lindo o teu texto....
ResponderEliminarMe identifiquei, pois estou nessa situação e hj minha vizinha disse essa frase.
Digitei na net e saiu teu blog.
Puxa mesmo falando a frase dói saber que não nos querem!
Mas você falou certo a pessoa teem esse direito.
Obrigada