Estes
testes empurram-nos para um caminho onde, confrontados com situações mais
dolorosas, saberemos mais sobre nós mesmos e sobre a forma como aceitamos,
confiamos e valorizamos a Vida.
Por
vezes este caminho parece-nos labiríntico, frouxo e sem qualquer sentido,
especialmente quando a vida parece contrariar-nos nos planos mais ‘simples’, desafiando-nos
a atravessar internas fronteiras de dor que nunca pensámos existir.
Para
muitos de nós, estas são as alturas onde Deus (na forma como cada um o concebe)
parece surgir do nada, relembrando que a nossa essência é divina e que a
passagem pela Terra é um estágio que a Alma precisa para continuar a seu percurso
em direcção à Luz.
Mas,
é também nestas alturas que muitos questionam a Sua existência, pois partem do
egoico princípio de que, se Deus existisse nada de ‘menos bom’ aconteceria,
quando na realidade o ‘bom’ e o ‘mau’ são significados que atribuímos aos
acontecimentos, sem nos apercebermos que deles só sabemos uma ínfima parte da sua
história, por desconhecermos grande parte da viagem que a nossa Alma fez até
aqui chegar, ou seja os ‘ débitos’ e os ‘ créditos’ a que vimos sujeitos.
Isto tudo
para dizer que alguém me perguntava um destes dias, se com tudo o que se estava
a passar eu ainda acreditava em Deus.
A
verdade é que para mim não se trata de acreditar, mas de sentir.
Só o
facto de existir uma parte da Vida que não controlo, reforça-me esta ancestral
certeza de que isto é muito mais do que aquilo que sei, vejo, escuto e atribuo profanos
significados a que o meu ego por medo ainda precisa de se agarrar.
A imponência
da Vida, que a mim se sobrepõe em toda a sua plenitude, mostra-me a cada minuto
a eterna presença de Deus.
É nos
meus silenciosos diálogos que essa Presença naturalmente se amplia, como se
ampliam as raízes da centenária árvore que habita a rua onde vivo e que, com a
sua imensa força conseguiu levantar as duras pedras da calçada.
Dessa
forma, a Presença que não vejo mas sinto, vai rebentando duras pedras da ‘calçada-do-meu-medo’
que sobre mim teima tantas vezes em pairar, na tentativa de aterrorizar a essência
daquilo que realmente Sou e que sei estar muito para além daquilo que diariamente
vejo ao espelho.
Chamo-lhe Vida.
Presença.
Deus.
Na
verdade não precisava de lhe chamar coisa nenhuma.
Afinal,
porque queremos dar nomes ao inominável?
Saber
é sentir.
Fé não
é acreditar, mas sim confiar.
Confiar
que tudo está certo, mesmo quando parece não estar.
Confiar
que todo o acontecimento tem o seu propósito no grande propósito que é VIVER e
EXPERIENCIAR.
Afinal,
toda a partida tem uma chegada.
E, toda a chegada uma partida.
E, toda a chegada uma partida.
Entre
uma e outra,
o Espaço, o Tempo.
A
Vida.
Nós.
Nós.
Maravilhoso querida Cristina, é isso mesmo que eu também sou e por isso - sinto, um beijinho muito grande
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