Quando
pensamos que há certas coisas que só acontecem aos outros e de repente percebemos
com dor, que estamos nós a passar pelo mesmo, aprendemos uma grande lição – não
há ‘outros-nenhuns’.
Os outros
somos nós.
Após
esta derradeira aprendizagem, seguem-se milhares de tantas outras.
A aceitação,
a lucida e real solidariedade pelos ‘ditos-outros’, que pensámos nunca poder
Ser é uma das mais desafiantes.
Deixar
de questionar e tão-somente aceitar.
Depois
vem a força da oração e o teste profundo à nossa Fé. Intermitente segue-se-lhe a esperança.
Uns dias forte, edificada, irrebatível.
Outros tímida, ténue e sem força de expressão.
Uns dias forte, edificada, irrebatível.
Outros tímida, ténue e sem força de expressão.
Aprende-se
finalmente a espremer o tempo.
Perante as muitas exigências do presente, não há passado,nem futuro..
O
Aqui e o Agora têm finalmente lugar cativo.
Iniciado
o processo resta-nos com ele fluir, com ele aprender, com ele transformar, e com
ele aceitar ser-se transformado também.
Mas, saber
não é ler.
Saber
é viver.
E
desde 20 de Outubro, dia em que foi diagnosticada ao meu neto de 10 meses uma
leucemia, tenho vivido experiências de impotência, de dor profunda, de fé e de
ausência da mesma.
Tenho
mergulhado em profundos silêncios, ora sombrios, ora ensolarados, única forma
que até hoje conheço de atravessar a dor, pois já perdi as ilusões que na Vida
pudemos dela escapar.
Gasto
muito menos palavras.
Apesar
de entender a preocupação de quem nos rodeia, com humildade, decidi não passar
dias inteiros a atender telefonemas, que me obrigam a grande esforço e a
tremenda ansiedade.
Com
tudo isto, vi-me também obrigada a aceitar, que para alguns não basta saber que
o menino está a ser tratado, precisam de ouvir uma história, um relato com princípio
meio e fim.
Precisam
que se lhes atenda o telefone, que se lhes dê atenção.
Talvez
um dia eu consiga fazer isto. Hoje não consigo.
Fica
então a minha partilha sobre o que está a acontecer.
Com
ela fica também a certeza que depois de uma noite escura e fria, indubitavelmente
o dia NASCERÁ!
....waiting
ResponderEliminarA vida é bem marota amiga, nem sei que pensar disto tudo :-(
ResponderEliminarAbraço de alma e coração para ti e para a Cláudia
Cristina Gonçalves
Tens que ser forte nestas alturas! Há que ter esperança...
ResponderEliminarUm beijinho e um abraço forte.
Teresa Cordeiro