Lisboa
está ao rubro. Numa azáfama alucinante as ruas da baixa inundam-se de gente
para os tão (des)esperados saldos. Nas lojas mede-se o gosto do dinheiro a
entrar caixa dentro, escutam-se cansados os sons
das palavras soltas que ruidosamente misturam Português com Francês, Inglês com
Espanhol.
Que
interessa afinal perceber o que se diz quando o importante mesmo é comprar muito
e barato?
Ausente
para isto, parece o sol, que tímido relembra que nem tudo que reluz é ouro, e
que a verdadeira riqueza não está naquilo que adquirimos mas sim naquilo que
somos.
Na
verdade não há preço que pague o valor da nossa existência.
Esquecidos
disto e por não reconhecermos o imenso potencial que cada um de nós tem, colocamo-nos
em prateleiras que não nos pertencem, desempenhando papéis para os quais não
vimos “dotados”, optando por não valorizar os nossos dons, vocações e aquilo
que QUEREMOS realmente fazer da nossa existência.
Desvalorizados,
sem ânimo e longe de quem somos, acabamos nós mesmos em “Saldos”. Qualquer
preço serve para uma vida que parece acontecer-nos sem que nada tenhamos a
fazer para a “contrariar”. Afinal é sempre mais fácil culpar o país, o sistema,
a família para a falta de coragem que é construirmos a nossa Vida a partir do
nosso verdadeiro VALOR.
Queremos
ignorar que aquilo que nos anima, nos move, nos faz sorrir, nos faz levantar
todas as manhãs com vontade de seguir em frente é o nosso anti depressivo mais
potente e esse, ao contrário do que muitos pensam também tem “poder-de-nos-pagar-contas”.
É preciso no entanto desapegarmo-nos de medos e crenças do patrão que “cumpre”
connosco no final do mês (apesar de muitas vezes já não conseguirmos cumprir
com ele), percebendo que apenas o que nos MOVE é verdade em nós. O que nos
EMPURRA jamais será.
Ao
sermos fieis á nossa VOCAÇÃO a vida flui. Torna-se mágica.
Poderemos
tocar violino nas ruas com um sorriso gigante, ser mulher ou homem estátua, pôr
em prática aquele sonho há tanto adormecido, enfim, tudo é válido para que cada
dia seja um novo dia para conquistar e sermos conquistados pela verdadeira
essência da Vida em NÓS.
Para
TRILHARMOS o nosso caminho a partir da vontade intrínseca do SER e da certeza
de que ao revela-lo, naturalmente o TER acontece.
Afinal,
que importa na Vida CUMPRIR tudo o que nos ensinaram, mas que já não nos faz
sentido, se com ela não nos CUMPRIRMOS a nós mesmos?
Muito bom, fantástico, Cris.
ResponderEliminarMuito útil e verdadeiro, o tempo a correr faz esquecer as coisas boas.
Um grande bem hajas!