terça-feira, 22 de julho de 2014

ULTIMOS DIAS PARA DEIXAR DE ESTAR EM SALDOS

Lisboa está ao rubro. Numa azáfama alucinante as ruas da baixa inundam-se de gente para os tão (des)esperados saldos. Nas lojas mede-se o gosto do dinheiro a entrar caixa dentro, escutam-se cansados os sons das palavras soltas que ruidosamente misturam Português com Francês, Inglês com Espanhol.
Que interessa afinal perceber o que se diz quando o importante mesmo é comprar muito e barato?
Ausente para isto, parece o sol, que tímido relembra que nem tudo que reluz é ouro, e que a verdadeira riqueza não está naquilo que adquirimos mas sim naquilo que somos.
Na verdade não há preço que pague o valor da nossa existência.
Esquecidos disto e por não reconhecermos o imenso potencial que cada um de nós tem, colocamo-nos em prateleiras que não nos pertencem, desempenhando papéis para os quais não vimos “dotados”, optando por não valorizar os nossos dons, vocações e aquilo que QUEREMOS realmente fazer da nossa existência.
Desvalorizados, sem ânimo e longe de quem somos, acabamos nós mesmos em “Saldos”. Qualquer preço serve para uma vida que parece acontecer-nos sem que nada tenhamos a fazer para a “contrariar”. Afinal é sempre mais fácil culpar o país, o sistema, a família para a falta de coragem que é construirmos a nossa Vida a partir do nosso verdadeiro VALOR.
Queremos ignorar que aquilo que nos anima, nos move, nos faz sorrir, nos faz levantar todas as manhãs com vontade de seguir em frente é o nosso anti depressivo mais potente e esse, ao contrário do que muitos pensam também tem “poder-de-nos-pagar-contas”. É preciso no entanto desapegarmo-nos de medos e crenças do patrão que “cumpre” connosco no final do mês (apesar de muitas vezes já não conseguirmos cumprir com ele), percebendo que apenas o que nos MOVE é verdade em nós. O que nos EMPURRA jamais será.
Ao sermos fieis á nossa VOCAÇÃO a vida flui. Torna-se mágica.
Poderemos tocar violino nas ruas com um sorriso gigante, ser mulher ou homem estátua, pôr em prática aquele sonho há tanto adormecido, enfim, tudo é válido para que cada dia seja um novo dia para conquistar e sermos conquistados pela verdadeira essência da Vida em NÓS.    
Para TRILHARMOS o nosso caminho a partir da vontade intrínseca do SER e da certeza de que ao revela-lo, naturalmente o TER acontece.

Afinal, que importa na Vida CUMPRIR tudo o que nos ensinaram, mas que já não nos faz sentido, se com ela não nos CUMPRIRMOS a nós mesmos? 

1 comentário:

  1. Muito bom, fantástico, Cris.
    Muito útil e verdadeiro, o tempo a correr faz esquecer as coisas boas.
    Um grande bem hajas!

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