domingo, 22 de junho de 2014

QUEM NÃO GOSTA QUE GOSTEM DE SI?

Confesso que gosto de escutar conversas de café, especialmente quando têm o poder (que lhes dou, claro está!) :-) de me inspirarem.   
Ontem mesmo, reparei nas duas raparigas que na mesa do lado, falavam da “importância” do nº de likes no Facebook. Uma dizia ser uma treta, pois queria lá saber se tinha muitos ou poucos, a outra visivelmente irritada repostava, acusando-a de mentirosa e afirmando com convicção que “ não há quem não queira ter muitos “likes” nas suas publicações, sinal óbvio de popularidade. A determinada altura de dedo esticado perguntou “porque tens tu a mania de seres diferente?”
O ambiente estava tenso e a resposta não se fez esperar - “ porque eu não quero saber se gostam ou não de mim”.
Fiquei a pensar nisto.
Não me parece que haja alguém que não goste que gostem de si.
Parece-me sim, que existem pessoas que hipotecam as suas vidas, o seu poder pessoal e o reconhecimento de quem são, nos outros, estando assim à mercê “ de serem gostadas”.
Também no Facebook, claro está! :-)
Isto acontece tão-somente porque não se gostam, não se conhecem, nem reconhecem. Sempre à espera que haja alguém que lhes dê ânimo, lhes diga que “valem a pena”, vagueiam cegas, tateando ansiosamente cada pessoa que com elas se cruza, na esperança de encontrar aquela que lhes dirá as mais doces palavras, lhes dará o valor mais elevado,  goste tanto, mas tanto delas, que magicamente seja capaz de anular a inevitabilidade-existencial de mais cedo ou mais tarde terem de “ se-gostar-a-si-mesmas”. 
Gostarmos que gostem de nós é MARAVILHOSO.
Gostarmos de gostar dos outros, SOBERBO.
Ficarmos suspensos, (como a tecla da pausa no comando do vídeo), dependentes que gostem de nós para “funcionarmos”, ASSUSTADOR.
Mas, voltando ao início e aos “likes”, eu cá gosto que gostem do que escrevo, do que publico. Na verdade, (Facebook à parte), gosto que gostem de mim.
Confesso-vos no entanto, que hoje tenho a certeza, que nem todos juntos poderão saber mais de mim que EU PRÓPRIA, nem gostar tanto de mim, como eu fui APRENDENDO A GOSTAR. Porque no meu caso, gostar de mim tem sido um longo processo. Um processo profundo que foi acontecendo na medida que me fui deixando tocar pela minha essência, permitindo que ela se fosse revelando, respondendo ao seu apelo através da expressão autêntica das minhas vocações e recursos que fui tornando meus ao longo dos anos, desafiando-me a agir a partir da verdade de quem sou, desapegando-me de resultados e julgamentos próprios ou alheios. Hoje sei que valho a pena, independentemente de quem me rodeia concordar ou não comigo. Valer a pena é saber que sou integralmente responsável pelas minhas escolhas e pelos caminhos que percorro a partir das mesmas. Valer a pena é saber ser a minha melhor amiga, é ter medo, mas avançar, é assumir as minhas experiências tão-somente como aprendizagens, reconhecendo todos os dias da minha existência, as inúmeras bênçãos com que a Vida me presenteia a cada inspiração, estas sim, “likes muito grandes”, tatuados para sempre na página interior do meu Ser, mostrando a cada segundo da minha Vida na Terra, o quão AMADA SOU!   

3 comentários:

  1. Gosto de ler o que escreves. Quando li este post, pensei - "caramba isto é exactamente o que sinto" - Amei. Grata por expressares tão bem o que a tua alma sente. Grata. <3 :)

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  2. Respostas
    1. Adorei o q escreves-te!!! é muito importante gostar de nós, pelo menos um bocadinho. bjs

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