![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPnDhYqc8GwLEbGA15cfv_g5wp_VxeNd3-E3ZpUI-Nd8Ed_eektq4_HsawDZUdFtaU_H7Bvn5KQCoN7mnr7PekYdA_-khTY-Npy6v7bbe8WU1zQBK7kiDDU1hdfn63CWU_JHos4oCNs3I/s200/images+(3).jpg)
Na
praia observando o mundo humano ao meu redor, dou comigo a pensar, o que será
que realmente nos diferencia.
Serão
os corpos, mais ou menos altos, baixos, gordos ou magros?
Serão
as roupas, escuras ou coloridas, de marca ou da feira?
Será
a nossa classe social, o nosso nome de família, os restaurantes que
frequentamos, ou tão simplesmente a forma como cada um de nós se espreguiça na
toalha e reclama com a areia, que tímida se cola às assustadoras camadas de
bronzeador, que a medo despejamos corpo fora, não vão as férias acabar e a pele não
escurecer.
O que
nos diferencia afinal?
Afinal,
um dia todos nós iremos desencarnar. Com mais ou menos ilusões, com mais ou
menos respostas aos nossos apelos interiores, com mais ou menos Amor e respeito
por todos os Seres, com mais ou menos sabedoria, conquistada pelo desapego que
fomos aprendendo, sempre que soubemos usar o conhecimento, sem usar a nossa mente.
Realmente
na essência, nada nos diferencia.
Chegamos,
e partimos. Quem sabe para voltarmos e partirmos de novo.
Regidos
pelas mesmas leis, nada parece importar aos olhos da natureza que imparcial,
transcende largamente todos os nossos desejos e embirrações existenciais de querermos
contrariar os ciclos naturais da Vida. São eles que nos confrontam com o facto
de que, ao vivermos na mesma bola azul, todos vimos dotados da mesma centelha
divina que nos permite alcançar dentro de nós o nosso maior potencial,
aprendendo, como dizia Jesus – ‘ a estar no mundo sem ser dele’, isto é, a
desapegarmo-nos de tudo que nos distancia de nós, logo nos separa (diferencia)
dos outros.
Cada um
de nós é único.
A
nossa impressão digital é só nossa.
Curiosamente
este legado não nos pretende diferenciar, mas sim aproximar.
Imaginemo-nos peças únicas, não
repetíveis, de um gigante e colorido puzzle, onde diferentes cores, diferentes
formas, diferentes tonalidades, transbordam coloridos múltiplos, se
complementam umas às outras, construindo juntas algo de beleza indescritível.
Na verdade, nada as diferencia na essência,
são todas peças.
Apesar
das diferentes cores, formas ou tonalidade, têm como finalidade última, afirmarem-se
na sua ‘diferença’, perante um Todo comum, o puzzle, que, apesar de as saber
diferentes, não as diferencia.
Neste mundo humano, multicolor,
apesar de tantos de nós ainda viverem a preto e branco, apesar de tantos de nós
viverem aprisionados de si-mesmos, apesar da Vida ser uma dádiva que tantos
ainda desperdiçam, talvez seja cada vez mais importante perceber que não são as
diferenças que nos diferenciam, mas sim a ilusão, que carregamos connosco de
que somos diferentes!
Sem comentários:
Enviar um comentário