Fascina-me
a ciclicidade da vida.
Mesmo
não existindo, pelo menos da forma como o concebemos,o tempo marca e marca-nos de
forma única e intemporal.
Fez 7
anos que regressei de São Miguel, após uma rutura com tudo aquilo que me
parecia na altura ser vital e que hoje distanciada sei que nada mais era que um
forte apelo para o meu crescimento e forma nublada de ver a vida.
Sofri
muito. Talvez tenha sido um dos meus mais profundos sofrimentos.
Sentia-me
aprisionada numa relação doentia, onde as mentiras compulsivas me levavam para
a lucidez das palavras há muito proferidas pelo Mestre Jesus – ‘só a Verdade liberta’.
Voltei
sem nada. Ainda assim tive a coragem de voltar.
Pensava
que tinha perdido os valores, quando no fundo era de crenças que falava.
Pensava
que tinha perdido a fé, quando no fundo era de ilusões que falava.
Pensava
que tinha perdido um grande amor, quando no fundo, o amor não tem rupturas e as
pessoas não se perdem, nem se ganham.
Longe
de mim, recordo-me da dor que sentia por me sentir tão enganada, por quem tinha
acreditado ser ‘ outra-parte-de- mim’.
Hoje
sei, que não há ‘outras-partes’ minhas que sejam fora de mim.
Todos
aqueles com quem nos cruzamos para apreendermos aquilo que precisamos sempre
aprender.
Hoje
sei, que todas as mentiras em que me senti enrolada, só serviram para me ajudar
a desenrolar aquilo que na minha essência não sabia que merecia e era sem dúvida
muitíssimo mais do que me permitia ter.
Sete
anos passados, olho para esses tempos como vitais sim, mas para estar hoje numa
relação, onde a Verdade é o grande compromisso, onde amo e me sinto amada, onde
respeito e me sinto respeitada, onde partilho os meus medos, as minhas dúvidas,
sem me sentir aprisionada ou constantemente julgada, onde me valorizo e me
sinto a cada dia valorizada, onde apesar dos desafios inerentes, sei que a
VERDADE é um preço justo para quem gosta de sentir a brisa da Vida.
Esta brisa que só se aprende a sentir
e a valorizar após lidarmos com os ventos alísios da nossa existência, responsáveis
pela chuva que dentro de nós irrompe, para que depois da tempestade, venha a bonança,
tão naturalmente como depois de uma noite escura, nasce um brilhante e
renovador dia de Sol.
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