terça-feira, 2 de julho de 2013

Só o tempo ensina e a Verdade liberta

Fascina-me a ciclicidade da vida.
Mesmo não existindo, pelo menos da forma como o concebemos,o tempo marca e marca-nos de forma única e intemporal.
Fez 7 anos que regressei de São Miguel, após uma rutura com tudo aquilo que me parecia na altura ser vital e que hoje distanciada sei que nada mais era que um forte apelo para o meu crescimento e forma nublada de ver a vida.
Sofri muito. Talvez tenha sido um dos meus mais profundos sofrimentos.
Sentia-me aprisionada numa relação doentia, onde as mentiras compulsivas me levavam para a lucidez das palavras há muito proferidas pelo Mestre Jesus – ‘só a Verdade liberta’.
Voltei sem nada. Ainda assim tive a coragem de voltar.
Pensava que tinha perdido os valores, quando no fundo era de crenças que falava.
Pensava que tinha perdido a fé, quando no fundo era de ilusões que falava.
Pensava que tinha perdido um grande amor, quando no fundo, o amor não tem rupturas e as pessoas não se perdem, nem se ganham.  
Longe de mim, recordo-me da dor que sentia por me sentir tão enganada, por quem tinha acreditado ser ‘ outra-parte-de- mim’.
Hoje sei, que não há ‘outras-partes’ minhas que sejam fora de mim.
Todos aqueles com quem nos cruzamos para apreendermos aquilo que precisamos sempre aprender.
Hoje sei, que todas as mentiras em que me senti enrolada, só serviram para me ajudar a desenrolar aquilo que na minha essência não sabia que merecia e era sem dúvida muitíssimo mais do que me permitia ter.
Sete anos passados, olho para esses tempos como vitais sim, mas para estar hoje numa relação, onde a Verdade é o grande compromisso, onde amo e me sinto amada, onde respeito e me sinto respeitada, onde partilho os meus medos, as minhas dúvidas, sem me sentir aprisionada ou constantemente julgada, onde me valorizo e me sinto a cada dia valorizada, onde apesar dos desafios inerentes, sei que a VERDADE é um preço justo para quem gosta de sentir a brisa da Vida.

Esta brisa que só se aprende a sentir e a valorizar após lidarmos com os ventos alísios da nossa existência, responsáveis pela chuva que dentro de nós irrompe, para que depois da tempestade, venha a bonança, tão naturalmente como depois de uma noite escura, nasce um brilhante e renovador dia de Sol.        

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