Há Mestres sem aspas e “Mestres” com aspas.
Têm as suas diferenças,
claro está!
Os Mestres sem aspas, são
reconhecidos pela vida e pela verdade.
Já os Mestres com aspas
são reconhecidos pela…vaidade.
Os Mestres sem aspas, têm
a experiência e humildade de caminho desbravado, trilhado, pouco almofadado.
Já os “Mestres” com
aspas, nem de caminho precisam.
Reconhecem-se a si mesmos
numa vaidade pouco disfarçada, resultante quem sabe, de muitas horas em workshops
e poucas a conhecer e a desbravar o mundinho cá dentro.
Os Mestres sem aspas, conhecem
o seu ego e com consciência põe-no aos poucos ao serviço da Alma.
Os “Mestres” com aspas, já
não têm ego.
Os
Mestres sem aspas atravessam a noite escura, pois não têm outro remédio, para
curarem as suas partes feridas.
Já os
“Mestres” com aspas, sempre às claras, já sararam toda e qualquer ferida. Rejeitam
o escuro, pois consideram que só os que “ainda não se iluminaram”, dele
precisam.
Limitam-se,
portanto, a debitar belas palavras que leram sobre cura e escuridão, regra geral,
proferidas por Mestres…sem aspas.
Em
resumo,
o Mestre sem aspas é um buscador.
já o “Mestre” com aspas,
não passa de um manipulador.
Ao
que me foi dado a observar, o “Mestre” com aspas, tem por norma a vaidade de um
Don Juan. Deambula por entre a multidão, com um sorriso patético, de mãos bem
juntas no peito, proclamando “Namastés” e “Atma Namasté”, e baixando ligeiramente
a cabeça aos que por ele passam.
De
seguida, na esquina, já esquecido da “Mestria”, cospe sem pudor, a pastilha
elástica para o chão.
Na
verdade, ser “Mestre” com aspas, está ao alcance de todos.
Basta
um fim de semana, e zás…Mestre de Reiki! Outro fim de semana e zás… Mestre
seguidor de outro Mestre!
Já
ser Mestre sem aspas, tem os seus desafios.
É
preciso caminho e alquimia interior.
É
preciso aprender a respirar nas profundezas e a cuspir fogo sem se queimar.
Não
se decoram palavras, vivenciam-se experiências.
É que
não existe o manual do Mestre sem aspas.
Apenas,
a vida.
Vida
que o centrifuga até ao limite, para que um dia ele saiba como é ser-se
centrifugado, e… é isso que ele com os outros partilhará!
Bem, e
para terminar, que o texto já vai longo, digo-vos que nesta vida, já tive o
(des)prazer de conhecer “Mestres” com aspas, bem como o prazer de reconhecer
Mestres sem elas.
Pude
até privar com aspas de um, que não só cuspia a pastilha elástica para o chão,
como também roubava roupa na feira e bibelots na loja esotérica.
Falava
de caminho, amor, e fidelidade como ninguém, mas… mentia descaradamente à
pessoa com quem vivia.
Calculo
que lhe continuem a chamar Mestre, sem aspas, claro está!
Posto
isto, resta-me constatar,
Qu’ isto
é muito simples,
cada um
atrai realmente,
os
Mestres que merece,
com as aspas a que tem direito!
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