Dia 4 de Julho o calendário dos
homens marcou 15 meses desde que o teu corpo deixou a terra. Em conversa com a mamã,
recordámo-nos que foi igualmente aos 15 meses de vida que partiste.
Curioso como o tempo deambula os
nossos sentidos e tece em nós a profunda certeza de que só existe na medida em
que o quantificamos e lhe atribuímos valor e significado.
Sabes querido, quanto mais caminho,
menos sei sobre conceitos, ideias, ideais, certezas e…tempo.
A intemporalidade do que vivo está
cada vez mais presente em mim e aceitar a impermanência de tudo, apesar de desafiante,
parece-me mesmo ser o grande segredo para quem quer atravessar este caminho em paz.
Usando palavras de dor, poderia
profanar o que em mim sei sagrado e dizer-te que foram 15 meses contigo e 15 meses
sem ti.
Mas, isso não é a verdade.
A alma sabe-nos eternos no caminho um
do outro e por isso a leitura do “tempo-dos-homens”, esvai-se como pó deitado
ao vento, restando a profunda certeza de que o AMOR se eleva sempre perante
qualquer dor ou apego, e que se podem perder ilusões, mas nunca, nunca se “perde-ninguém”.
Por isso, meu amado, hoje sei, que não
só não te perdi, como através de ti ampliei a certeza de que quem amamos não parte
nunca.
Pois, apesar de na terra, nada “durar-para-sempre”,
no AMOR não há duração possível, pois TUDO é sabiamente ETERNO!
Abraço-Te na Luz maior,
Vovó Kikas
Lindo e profundo minha também linda Cristina - minha amiga, um beijo enorme para ti na impermanência de tudo - para além do amor...!
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