Mas a verdade é que ao
longo do nosso caminho, vamos sendo desassossegados por crenças, inverdades, ilusões e tantas outras provocações com que a vida nos presenteia para que nos possamos cumprir.
Desassossegada que
sempre fui, quando releio este livro sossega-me saber que há outros desassossegados
por aí.
Sossega-me saber que
o desassossego é parte integrante dos seus caminhos, e que mesmo ‘entalados’ de
vez em quando, ousam viver… desassossegados.
Talvez pelos imensos
desassossegos a que me dediquei, qual doce mãe dedicada à sua cria, hoje sossega-me saber que mesmo no meio deles se pode encontrar a paz.
Desassossegam-me dores
e perdas profundas, é verdade.
Mas até agora foram elas
que me permitiram sossegar interiores estados gritantes, resultado das deambulantes
mentiras que contei a mim própria sempre que perdida arfava e fugia em
simultâneo do meu propósito e sentido para a vida.
Sossega-me portanto,
sentir o dedo de Deus por cima do meu, quando me permito com Ele escrever a minha
história, aceitando todos os capítulos deste livro - mesmo aqueles
que o meu ego preferia não ver escritos, mas que sei a minha Alma jamais deles abdicaria.
Sossega-me sentir nos
poros a eternidade das coisas simples da vida, talvez porque um dia foram as supérfluas
e temporais que mais me desassossegaram, esvaziando-me de sentido e amplitude.
Sossega-me o
silêncio que reside nos mais profundos recantos da minha essência, outrora desassossegados
pelo intenso ruído da distância de mim mesma.
Sossegam-me as
conquistas do caminho trilhado, da lógica caída, da intuição acordada.
Sossega-me perceber que o
meu pequeno coração, se torna grande sempre que aceita amar sem
“mas” nem “ses”.
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