Dele
tiraria a parte triste, desumana e maquiavélica.
Poupar-te-ia
da gélida pobreza desta desumana humanidade, sedenta de bens e vazia da
essência do que é essencial.
Dar-te-ia
o mundo, sim.
Não
este tão rebuscado e mesquinho, mas outro.
Outro,
onde te pudesse poupar de toda a dor, de toda a angústia e inconstância.
Criaria
um mundo grande, onde a grandeza que te percorre as veias nele coubesse sem te
apertar a alma.
Mas,
quer a Vida que não possamos privar quem neste mundo nasceu, de neste mundo
crescer e de, com este mundo se transformar.
São as
implacáveis leis deste tribunal, onde juízes e réus, vamos caminhando em busca
de que a pena que temos para cumprir não seja dura demais,
que a
prisão não se perpetue em nós,
e, que tenhamos a “sorte” dos outros
prisioneiros não nos atirarem pedras que a si próprios não conseguem atirar.
Resta-me
então, tão prisioneira deste mundo como tu,
Honrar
a nossa condição e encostar o meu ao teu corpo num abraço profundo.
Resta-me
afagar-te o cabelo e regozijar-me por um dia te ter parido.
Resta-me
aceitar que há muitos mundos neste mundo,
que
vinho nunca será água, mas que ambos podem saciar diferentes desejos.
Aceitar
que amar-te é somente o que está ao meu alcance,
Sem
te privar da dor, sem amputar o teu crescimento, sem sobrepor o meu desejo à
vontade da Vida, é tão bom poder tão-somente amar-te.
E eis
que percebo assim, a simplicidade do Amor.
Ao amar-te
dou-te o mundo.
O meu
mundo.
Mas,
sabes uma coisa minha querida?
É que,
deste mundo que te dou, recebo um gigante e magistral UNIVERSO.
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