quarta-feira, 4 de maio de 2016

~ HÁ UM MÊS DEIXASTE A TERRA ~

Faz hoje um mês que deixaste a terra.
Podia dizer que me deixaste, mas estaria a mentir.
Na verdade o que deixaste em mim foi a infinita possibilidade de aceitar o que aconteceu, mesmo não compreendendo, ver para além do que os meus olhos veem e elevar o Amor ao seu mais alto nível vibracional – o da sua presença desapegada.
Como sabes, a aprendizagem do desapego é um longo e desafiante caminho. Facilmente confundimos o fato que usamos, que com o tempo amarelece e se rompe, com a alma que somos e que ao longo da eternidade usa vários fatos para na terra se poder manifestar, exprimir e transformar.
Andamos anos da nossa vida, enrolados na crença de que para amar é preciso tocar, cheirar, abraçar, quando afinal é tão simples - para amar basta apenas…amar.
Com a tua inocência e a minha vontade, amar foi sempre a nossa religião.  
Durante o nosso percurso na Terra, honrámos mutuamente o nosso Amor.
A nossa cumplicidade acontecia com a mesma naturalidade com que as folhas recebem o vento e se movimentam na sua cadência.
Revelámos um ao outro, histórias inarráveis, através de olhares e sorrisos, que consolidavam em nós a certeza de que algures no tempo já nos tínhamos encontrado.
Hoje sei, que algures no tempo nos encontraremos de novo.
Porque, se a vida e a morte são um mistério, o Amor não o È.
Talvez por isso, não só “sobra-deste-mistério” como, com nobreza a ele se sobrepõe e eleva.

Como poderia eu atrever-me a dizer que me deixaste há um mês?

Atrevo-me sim a dizer que em mim deixaste gravado o ensinamento que me permitirá ao longo deste meu terreno e impermanente caminho, deixar de confundir a ilusão do APEGO, com a mais nobre de todas as verdades – a eterna, una e permanente essência do AMOR.     

(Engraçado, podia acabar este desabafo com um “ até já”, mas nem isso te posso dizer, porque estás AQUI, AGORA mesmo e eternamente em mim… por isso… )

Bem Hajas pela tua LUZ e PRESENÇA,
Amo-Te Neturu!

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