Podia
dizer que me deixaste, mas estaria a mentir.
Na
verdade o que deixaste em mim foi a infinita possibilidade de aceitar o que
aconteceu, mesmo não compreendendo, ver para além do que os meus olhos veem e elevar
o Amor ao seu mais alto nível vibracional – o da sua presença desapegada.
Como
sabes, a aprendizagem do desapego é um longo e desafiante caminho. Facilmente
confundimos o fato que usamos, que com o tempo amarelece e se rompe, com a alma
que somos e que ao longo da eternidade usa vários fatos para na terra se poder manifestar,
exprimir e transformar.
Andamos
anos da nossa vida, enrolados na crença de que para amar é preciso tocar,
cheirar, abraçar, quando afinal é tão simples - para amar
basta apenas…amar.
Com a
tua inocência e a minha vontade, amar foi sempre a nossa religião.
Durante
o nosso percurso na Terra, honrámos mutuamente o nosso Amor.
A
nossa cumplicidade acontecia com a mesma naturalidade com que as folhas recebem
o vento e se movimentam na sua cadência.
Revelámos
um ao outro, histórias inarráveis, através de olhares e sorrisos, que consolidavam
em nós a certeza de que algures no tempo já nos tínhamos encontrado.
Hoje
sei, que algures no tempo nos encontraremos de novo.
Porque,
se a vida e a morte são um mistério, o Amor não o È.
Talvez
por isso, não só “sobra-deste-mistério” como, com nobreza a ele se sobrepõe e
eleva.
Como
poderia eu atrever-me a dizer que me deixaste há um mês?
Atrevo-me
sim a dizer que em mim deixaste gravado o ensinamento que me permitirá ao longo
deste meu terreno e impermanente caminho, deixar de confundir a ilusão do APEGO,
com a mais nobre de todas as verdades – a eterna, una e permanente essência do
AMOR.
(Engraçado,
podia acabar este desabafo com um “ até já”, mas nem isso te posso dizer, porque
estás AQUI, AGORA mesmo e eternamente em mim… por isso… )
Bem
Hajas pela tua LUZ e PRESENÇA,
Amo-Te
Neturu!
Sem comentários:
Enviar um comentário