Talvez
essa seja mesmo a sua maior característica.
Acontece
dentro de nós de forma tão natural, que a mente, apesar de se esforçar por
entender pela lógica, jamais conseguirá tocar a simplicidade do seu cheiro e a
beleza da sua permanência.
Somos
AMOR, essa é a grande verdade da nossa existência.
No entanto
esse AMOR que somos precisa de se expandir, de ser partilhado, de ser ‘ele-próprio-amado’!
Talvez
por isso, ao longo da Vida vamo-nos encontrando e desencontrando na relação com
o outro e somos assim convidados através dele à aprendizagem do Amor, grande
parte das vezes através daquilo que ele não é.
Iludimo-nos
vezes sem conta, projectamos gigantes expectativas e resultado é sempre o mesmo
– uma profunda e grotesca desilusão.
Afinal,
o outro não é como nós pensávamos que era. A questão é que nem nós próprios, na
maioria das vezes sabemos quem somos também.
Ao terminarmos
uma relação, ao percebermos nela a sua impossibilidade, acreditamos que o AMOR
não foi suficiente para a manter ou simplesmente que um dos dois escolheu amar
outro alguém, o que na nossa cultura significa “escolha-obrigatória”, logo
rutura inevitável.
Nessa
altura o “mais-ferido” quer arrancar à força a dolorosa lembrança de quem
partiu.
Apaga
o nº de telemóvel, ‘desamiga’ no Facebook e revolta-se pois apesar de tudo isto
o outro continua a ter lugar cativo no seu coração e parece não querer arredar
pé.
Ora
se há impossibilidade que o AMOR tem é a do esquecimento.
Não
se esquece quem se AMOU, pois na verdade amar, por ser muito mais que um verbo,
impossibilita ‘conjugações-em-tempos-passados-ou-futuros’.
Por
ser o grande presente da nossa existência, apenas pode existir no…PRESENTE J
Após
uma rutura, podemos escolher sofrer com a saudade ou simplesmente aceitá-la,
mas apagar da nossa vida quem se ama é uma real impossibilidade.
E, apesar
de acreditarmos que a dor que sentimos se deve ao AMOR que não mais recebemos daquela
pessoa, a verdade é que o mais doloroso, é mesmo não poder partilhar todo esse
Amor da forma como anteriormente fazíamos.
O que
temos para DAR e não DAMOS doí-nos mais do que aquilo que não RECEBEMOS.
Aceitemos
pois, que da impermanência da Vida, faz parte integrante a permanência do Amor,
o que impossibilita qualquer equivoco, qualquer rutura, qualquer ilusão que o
nosso ego teime em manter.
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