Não
há duvida que estes são tempos de profunda transformação. Aquilo que nos
parecia seguro, tornou-se desafiante e deixa-nos agora um espaço aberto para
nos recriarmos e sermos cada vez mais fiéis a quem em verdade somos.
Hoje,
observando a azáfama matinal no café onde diariamente vou, dei comigo a refletir
para o facto de um grande nº de pessoas ainda estar a desempenhar papeis
profissionais que nada lhes dizem por questões de “sobrevivência” e da frustração
que naturalmente daí advém.
Entre
o barulho das chávenas e o sensacionalista som da televisão, observei em
velocidade relâmpago as minhas conquistas e a coragem que todos os dias necessito,
para viver a minha Vida a partir da minha essência, vocação e não a partir daquilo
que não-sou.
Na
verdade viver é muito mais que existir.
Com
este pensamento colado, dirigi-me para a mesa onde calmamente me sentei para
saborear o meu café. Nela repousava uma revista onde algumas promoções de
livros chamaram por mim, especialmente uma - “ A insustentável leveza de ser”
de Milan Kundera.
Inspirada
sorri, recordando com ternura imensa este livro.
Curioso
como torno alguns livros meus, gravando-os em mim, quem sabe na esperança de os
tornar fiéis aliados nesta busca constante que é a Vida.
A
leveza de sermos quem verdadeiramente somos não tem preço - pensei.
No
entanto, reclamarmos uma vida inteira sobre quem gostaríamos de SER, o que
gostaríamos realmente de fazer, mas não agir no sentido da mudança, não só tem
um preço altíssimo, como traz consigo o INSUSTENTÁVEL PESO que é…“ NÃO-SER”.
Carregá-lo
é realmente uma escolha.
A
todos é dada a possibilidade de SER. Mesmo nas circunstâncias mais devastadoras,
esta possibilidade existe.
A
responsabilidade pessoal, a que cada uma destas possibilidades nos leva é que é
diferente.
Assumirmos
quem somos, responsabiliza-nos em ABSOLUTO sobre a nossa própria Vida.
Onde
fica depois a culpa dos outros na nossa infelicidade?
Onde
fica depois a culpa de estarmos a desempenhar funções que nos sufocam?
Não
fica em lado algum.
Primeiramente
porque não existe culpa, apenas responsabilidade.
Depois
tão-somente porque são as nossas escolhas que traçam o nosso caminho e os
nossos pés que o percorrem.
O
resto são mecanismos que queremos manter, sempre que nos afastamos
da nossa essência e responsabilidade, deixando de acreditar que a confiança acontece, sempre que acolhemos nas nossas vidas a incrível e sustentável LEVEZA que é... SER J
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