Ontem
a minha tarde foi a ver alguns filmes que há muito queria ver.
Um
deles foi o da vida de Nelson Mandela.
Por
conhecer a sua história desde o inicio do filme que sabia que ele iria ser
libertado. Curioso observar o que a esperança faz connosco.
Mais
curioso observar o que a esperança fez com ele.
Por
mais duras que sejam as provações, por mais difíceis que sejam os caminhos, manter a esperança de que a Vida só nos dá
aquilo que realmente podemos suportar pode ser balsâmico e muito apaziguador.
Inevitavelmente
lembrei-me de tempos duros da minha vida, onde após
tantas perdas a perdi também. Desses tempos recordo a sensação entranhada de
que nada valia a pena, nem mesmo eu. Recordo o emaranhado de mentiras que durante
meses me mantiveram refém da não-aceitação do que se estava a passar e do
afastamento da essência da Vida que pulsava escondida dentro de mim.
Ainda
hoje não sei o que aconteceu realmente para me reencontrar de novo com ela,
para resgatar a confiança na Vida e a fé profunda em algo que cada vez mais toma
conta de mim.
Sei
apenas que o reencontro foi surgindo, através dum silêncio transformador a que entreguei.
Aos poucos as vozes do meu ego ferido reclamavam por algo que a minha Alma
sabia não ser para mim. Devagarinho foram perdendo força, foram perdendo voz e
numa espécie de milagre a ESPERANÇA - voz de Deus como gosto de lhe chamar- regressava timidamente, sussurrando-me ao
ouvido que a sua presença era eterna em mim, bastando para isso aceitar que tudo
está certo, mesmo que pareça não estar.
Sem comentários:
Enviar um comentário