quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quando o tempo aproxima

“ Como é que ao fim de tanto tempo a viverem juntos, ainda estão tão apaixonados?” – perguntou-me uma amiga depois de ter me ter visto com o Nuno, meu companheiro, na semana passada. Perguntei-lhe o que era “muito tempo” e por que razão acreditava que o tempo a dois afasta as pessoas em vez de as aproximar. A minha questão surpreendeu-a.
“ Normalmente é assim, as pessoas acabam por se cansar uma da outra” – disse.
Efetivamente não consigo concordar com ela.   
Nunca o tempo afasta, desde que se esteja realmente próximo.
Quando é de Amor que falamos, e não de carência e de paixão, a proximidade acontece sempre que se está em Verdade consigo e com o outro. Acontece sempre que se diz o que se sente sem se estar condicionado pelo medo de perder ou de magoar, acontece sempre que se olha nos olhos e se trespassa a Alma, entregando-se sem reservas à vontade de dar e de se dar. Acontece quando, tocar o físico significa saber ir para além dele. Acontece quando  se recebe o que o outro nos quer dizer sem nos sentirmos julgados ou incompreendidos, acontece quando a transparência é o grande compromisso e a confiança é o ouro da aliança que ambos escolhem colocar no dedo.
Acontece quando não há princípio, nem meio, nem fim, há somente um ser vivo que ambos decidem regar e que se chama relação. Acontece porque ambos aceitam crescer um com o outro e não colocam a responsabilidade de se feliz nos ombros de ninguém.   
Com o tempo o Amor tem tendência a crescer, a expandir e nunca a terminar.
As relações, essas sim podem terminar. 
Têm um prazo de validade. 
São condicionais e por vezes condicionantes. 
Levam-nos devagarinho, à aprendizagem do Amor. 
Esse que é eterno e sem rupturas.
Esse cujo tempo valida, torna lúcido, amplia.
Esse que pela sua essência só pode unir, nunca separar.

                   

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