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Não detenho fórmulas, antídotos ou receitas
do “bem” e do “mal” amar, sei no entanto que parte da minha vida foi enredada
em desamores que por medo e ilusão de segurança, queria manter a todo o custo.
Apesar de saber a cada inspiração que nada
me acrescentavam, hoje, distanciada percebo que fizeram parte da aprendizagem a
que o Amor, de uma ou de outra forma a todos submete.
Costumo afirmar com alguma certeza que esta
é uma dura aprendizagem. Na maioria dos casos, obriga-nos a andar descalços de
relação em relação, tornando nossos os fragmentos do outro e oferecendo-lhe os
nossos, convencidos que a junção de ambas as fragmentações nos tornará
inteiros.
Entre
mentiras e distorções, está escondidinho o Amor, fechado no
‘útero-da-nossa-essência’ , onde ainda não amadureceu o suficiente para ser por
nós parido. E, este é o tempo onde batemos verdadeiros records na arte de viver
relações individualistas (não disse individualizadas, ok?), desprovidas de
qualquer tipo de reciprocidade.
O
que é então reciprocidade?
Este tema foi tratado pelo filósofo Hegel,
no início do séc. XIX, que considerava a reciprocidade como o “tipo de relação
entre dois termos que permite a cada um deles ser efetivamente ele próprio,
conservar a sua identidade”.
Poderíamos até ficar ‘só’ por aqui, mas a
magia da reciprocidade, reside não só em “conservar a nossa identidade” em
relação, mas também em ousar partilhá-la genuinamente com o outro.
Reside em respeitar o que é mútuo, sem
qualquer obrigação, fazendo-o naturalmente a partir da vontade voluntária de
construir a dois Verdade, Confiança e transparência.
Reside em respeitar a liberdade de cada UM,
respeitando as suas escolhas.
Reside em interessar-se verdadeiramente pelo
outro, abrindo espaço em si para acolhê-lo sem reservas.
Reside em Amar, sentindo-se amado.
Em respeitar, sentindo-se respeitado.
Em mimar, sentindo-se mimado.
Em escutar, sentindo-se escutado.
Em tocar para além da pele e sentir-se tocado também.
Em tocar para além da pele e sentir-se tocado também.
Reside
na certeza que podemos criar relações saudáveis, frescas, arejadas, inalando a cada inspiração o perfume dos laços profundos e indestrutíveis que a só a reciprocidade a dois tem a magia de saber manter nesta longa aprendizagem que é a VIDA e o AMOR.
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