Da
mesma forma que estamos a ser obrigados a lidar com um “inimigo” que não se vê,
lidamos diariamente com amigos invisíveis, que bem escondidinhos estão
presentes, para nos trazerem luz, paz, amor e mais consciência.
Os
amigos invisíveis têm várias particularidades.
Com
alguma perícia, gostam de afastar de nós, o pensamento lógico, aquele que busca
quantidade em detrimento de qualidade, aquele que nos mente com os dentes todos
arreganhados, fazendo-nos acreditar que o problema é o problema em si, e não a
aprendizagem e a solução nele contida.
Estes
amigos, gostam ainda de nos transportar para o mundo da verdade, considerado
pelos mais racionais, como o mundo dos “loucos”, ou daqueles que tadinhos
nasceram “fora-do-tempo”, ou seja, aqueles que sendo, “humanamente-humanos”,
sabem de cor a realeza da intuição e a sabedoria que é aprender a escutá-la,
seguindo-lhe a direcção sem hesitações, nem desconfianças.
Os
amigos invisíveis, regra geral são pacientes, persistentes e bons anfitriões.
Incansáveis,
trabalham sempre a nosso favor. Não se cansam de trazer até nós esperança,
mesmo quando insistimos em ruminar medos, calcular tragédias, e abandonar o
nosso barco, acreditando que o comandante, é sempre o outro e não nós!
Ao
longo da nossa caminhada, estes amigos invisíveis são presença assídua nas
células do nosso corpo e nas entranhas da nossa alma.
Querem-nos
tão bem, que aguentam os nossos equívocos, mesmo quando rejeitados escutam –
“eu cá, só acredito no que vejo”, é que a "matéria" de que são feitos
ultrapassa o “acreditável”, desafia o transcendente, eleva o subtil e isso
dando trabalho, e estando ao alcance de qualquer um, não é para todos, claro
está! :-)
A
presença destes amigos revela-se também através de alguns sintomas, que
acredito alguns de nós, têm vindo a experienciar nestes últimos anos:
A
esperança e a certeza de que tudo está absolutamente certo.
A
confiança na vida e nos seus cíclicos processos de renovação e regeneração.
Observar
atentamente a natureza, reconhecendo que não existe uma única estação, mas sim,
quatro.
Observar-se
e observar a vida e perceber-lhe o constante movimento entre expansão e
contracção.
A
sensação de aceitar e de obedecer a uma ordem maior, rendendo-se cada vez mais,
começando a ver dissolvidos os seus eternos “porquês”
Deambular
entre vales e montanhas, choros e risos, e “estranhamente” deixar de querer à
força decifrar o caos, optando por lhe aceitar antes, a ordem a que este nos
convida.
Saber
que semear batatas, não é sinónimo de colher agriões.
Assim
sendo, se já tem alguns destes sintomas, o melhor mesmo é não procurar o
médico, pois em breve descobrirá que a cura está dentro de si, e que muito
provavelmente, está a ser bafejado, apoiado e nutrido mais uma vez por aqueles
invisíveis amigos que tantas vezes desprezou.
Há
quem lhes chame anjos, guias, mestres…porém isso é pouco importante para aqui,
pois do mundo sagrado faz parte o mistério do inominável e faço sempre questão
de o respeitar.
Bem, se
conseguiu ler este texto até aqui, atrevo-me a fazer-lhe uma sugestão :-)
Tire
a máscara que criou e sem grandes cuidados atire-a para o lixo.
Lave
as mãos e a cara, apenas para garantir que dela nada mais ficou.
Quanto
ao “inimigo”, desconfio que está disfarçado de vírus, na tentativa de
transformar uma humanidade hipócrita, agarrada à matéria e afastada daquilo que
não vê, mas que no fundo, é estupidamente essencial.
Os
tempos são de (con)vite à transformação.
Se
cada Alma, souber que Alma É, tudo será mais simples.
Não
precisaremos de matar o “inimigo” a todo o custo, só precisamos de resgatar
finalmente o “amigo” que ignorámos anos a fio.
Bem
vistas as coisas, e para não haver batotas, depois de baralhadas bem as cartas,
concluo que - nenhum deles se vê, nem o inimigo, nem o amigo, é um facto...
mas
que indubitavelmente …
Ambos
existem!
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