O que
quer que a Vida represente para cada um de nós, uma coisa é certa, todos
buscamos nela um sentido.
Eterna
viagem da nossa Alma, que não precisando de respostas, nos faz caminhar em
busca delas, questionando-nos a cada inspiração, qual o verdadeiro sentido
desta viagem.
Caminhamos
léguas sem fim.
De
experiência em experiência vamos aprendendo quem somos.
Entre
resistências, desapegos, alegrias e tristezas, o véu vai-se dissipando repondo
a verdade que parecemos ter esquecido no momento que aqui chegámos.
Entre
ilusões e desilusões, perdas e ganhos, o tempo vai esculpindo em nós a essência
do que essencial, levando-nos a perceber a profundidade das coisas mais simples
da Vida.
Até
lá, buscamos sentido existencial nos “objectivos” que acreditamos nos trarão
felicidade. Tiramos o curso, casamos, temos filhos. Fazemo-lo inclusive por
ordem cronológica, até ao dia que surge no nosso âmago, a assustadora e tímida
questão – qual o sentido desta viagem?
Embrulhada
nela, outras duas surgem também - Quem Sou Eu? De onde venho afinal e para onde
vou?
Nesta
altura desejaríamos ter uma resposta rápida, palpável, racional e que não desse
grande trabalho a resolver :-)
Como
assim não é, percebemos a nossa impotência perante o tempo dos homens, tantas
vezes contraditório ao tempo cósmico que nos rege. Queremos respostas e apenas
nos surgem mais perguntas.
Qual
o sentido para esta viagem? – Tímida esta voz interna vai ampliando o seu som,
sempre que contrariamos quem somos e o que vimos dotados para fazer.
Devagarinho
a Vida vai-nos sussurrando que OBJECTIVOS não são PROPÓSITOS e que se ambos não
acasalarem dentro de nós, perderemos o sentido da nossa viagem e caminharemos
confusos, perdidos e vazios de ímpeto de Vida.
Na
verdade, a magia talvez não seja encontrarmos "propósito", mas sim
permitirmos ser por ele encontrados.
Isso
acontece, sempre que escutamos o nosso âmago e ousamos fazer o que realmente
queremos fazer, deixando de representar papeis e sendo realmente QUEM SOMOS.
O
sentido desta viagem está na busca e no processo que ousarmos fazer.
Está
nas vezes que pensamos ter “errado”, quando na verdade apenas nos preparámos
para ajustar o que ainda não está de acordo com aquilo que a Vida quer para
nós.
Está
na interpretação que temos da nossa “realidade”.
Está
nas derrotas porque passamos e nas vitórias do que vamos conquistando.
Está
em SER, nunca em TER.
Está
na simplicidade do caminho e na descoberta da nossa
"humana-complexidade" enquanto caminhantes.
Está
na coragem de deixar para trás os sapatos velhos, o caminho já trilhado e na
ousadia de descalço ir em busca de novos caminhos que nos aproximem cada vez mais do verdadeiro
sentido da nossa viagem!
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