sexta-feira, 29 de abril de 2011

UMA BACTÉRIA CHAMADA CASAMENTO


Ontem em conversa entre amigos, comentava-se o casamento do ano.
“ Hoje em dia o romance é uma coisa morta, por isso as pessoas precisam de ver estas coisas” – disse alguém no meio da controvérsia de opiniões.


Bingo, pensei.


Nada como viver através dos outros, aquilo que eu não consigo viver através de mim.
Na verdade, também eu acredito que hoje o romance é uma coisa morta.
Morta, não por uma espécie de maldição que nos assolou a todos, mas em parte por uma “bactéria” que durante anos nos atraiu e corroeu em simultâneo: o casamento.
Anos de crenças foram precisos para que começássemos a perceber que Amor e união verdadeira, nada têm a ver com papéis que se assinam por questões sociais, com passadeiras vermelhas e com banquetes onde se investem balúrdios, que se a coisa correr bem, serão escrupulosamente recuperados com os “ donativos” dos convidados.



O Amor em nada precisa de forma.
Sem dúvida que é a forma que nos “deforma” e é nela que parece querermos continuar a insistir, quando alimentamos em nós líricas histórias de “Amor”, entre um príncipe (que ainda não virou sapo), e uma Adormecida Bela (que ainda não acordou).




Precisamos de acreditar em “ contos de fadas”, porque nos falta o essencial.
E, como dizia o poeta “ o essencial é invisível para os olhos”, talvez por isso nos falte.
O afecto verdadeiro não se vê, sente-se.
Mas… ainda temos corações-míopes.
Falta-nos verdade, porque continuamos a abusar da mentira.
Insistimos na forma, ignoramos o conteúdo.
Queremos tanto “ ser felizes para sempre”, que nos esquecemos de ser felizes hoje.

Aqui “ Entre Nós”, como poderemos nós estar preparados para relações de afecto profundo e de verdade se nos continuamos a alimentar de mentira e superficialidade?














2 comentários:

  1. Que te posso eu oferecer senão a liberdade? E que me podes tu oferecer senão a aceitação do que sinto? Sem reticencias mas tambem sem consentimentos.
    Dou-te o melhor de mim: este coração que nunca conheceu descanso nem rendição. Que nunca se negou ao amor, mas que tambem nunca o confundiu com o desejo, a posse, o prazer.

    13 de Maio de 11
    JC

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  2. Aqueles que amam deviam viver para o amor e não para a disciplina do amor, a disciplina do casamento. Mas queremos manietar o destino e impedir que nos fira, que nos surpreenda. Então passamos do amor para o compromisso, da entrega aos outros para a exigência daquilo que deles queremos, e pensamos que fazemos bem a nós e a eles quando na verdade só semeamos o ódio e a dor. Atraiçoamos o amor tendo já atraiçoado Deus, ou pelo menos esse dom maravilhoso que Ele nos concedeu quando nos fez livres.
    In, Amarna Sempre, 2004
    JC

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