Um
destes dias fomos almoçar ao restaurante perto da praia onde costumamos ir. Entre
uma garfada e outra, a cumplicidade derretia aos poucos o cansaço da grande
caminhada que tínhamos feito até ali chegar, e os afectos misturavam-se agora com
os brancos filetes, que a minha ternurenta paciência, continuava a arranjar
para que comesses realmente bem.
- Quero o teu sumo Vó Kikas –
disseste elevando a voz.
Franziste
o sobrolho, fechaste os olhos e dos lábios vermelhos amorangados lá te saiu um maravilhoso
- huuuummmm, gosto muito, quero mais…
Tudo
de ti me enriquece, aquece e faz transbordar os meus olhos de gratidão.
Passei-te
o copo. Olhei-te e ri-me.
Tu
riste-te também.
Num
minuto sugaste o resto do sumo e antes que eu dissesse o que quer que fosse, levantaste-te
feliz e pude naquele instante sentir mais uma vez a profunda empatia da nossa gratidão.
Puseste-te
atrás de mim, abraçaste-me pelo pescoço, com tanta, mas tanta força, que
conseguiste esganar num ápice todas as intempéries que até hoje vivi….depois
deste-me um beijo que ficou tatuado para sempre em mim.
É
verdade, minha amada, só o Amor pode curar.
E, o nosso
CURA, SIM.
Sem comentários:
Enviar um comentário