segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A MINHA VERDADE, A TUA VERDADE E...A VERDADE EM-SI.


Costumo dizer muitas vezes que, em qualquer relação, existem sempre 3 verdades.
A verdade de um, a verdade do outro e depois…a verdade em si.
A verdade de cada um, provem do seu sistema de crenças, valores e nível vibratório de consciência. Está sujeita às mais diversas interpretações e é, muitas vezes alimentada pela projecção psicológica, mecanismo de defesa, onde, segundo Freud tudo aquilo que não aceitamos em nós mesmos, reprimimos, projectando depois no outro.
Este processo de projecção, parece reduzir-nos a ansiedade, pois retira responsabilidade aos nossos comportamentos, passando assim, a ser o outro o “culpado” de tudo aquilo que nos acontece.

Tornarmos conscientes os nossos recantos escondidos, conhecidos como sombra pode ajudar-nos a alcançar uma maior nitidez, logo a minimizar as nossas inúmeras projecções e culpabilizações externas.

Até isto acontecer, o acesso a nós mesmos está vedado, pois regra geral, agimos de forma contrária àquilo que afirmamos querer. Dificilmente assumimos os nossos actos, replicando como papagaios, frases sempre iguais, que se tornam verdadeiros zumbidos - fiz isto, porque fizeste aquilo, disse isto, porque disseste aquilo, fiz assim, porque tu também fazes assim, enfim uma canseira sem fim à vista.

Em resumo, cada um tem a sua verdade e atribui-lhe facilmente um lugar a que esta não tem direito– o lugar da “verdade-em-si”.

A verdade em si, não pertence a nada, nem a ninguém.
Baseia-se apenas, nos “pragmáticos” factos da vida.
Ora vejamos um exemplo.
Gosto muito das plantas que tenho em casa, esta é a minha verdade.
No entanto não as reguei e elas morreram. Este é o facto.
Então, qual é a verdade realmente, ou seja, qual é a verdade-em-si?
Simples. Não as tendo regado, elas morreram.

Se não assumir qualquer responsabilidade sobre o meu acto, vou dizer – ah, mas pensava que aguentavam mais tempo…– ou – ah, nessa semana andei muito ocupada…- ou até - ah, faltou a água – tudo isto são meras desculpas, meras interpretações e a aquela que era a minha verdade ( gosto muito das plantas que tenho em casa) perdeu toda a expressão, pois o importante não foi gostar muito delas, mas sim não ter assumido o meu compromisso - regá-las para que crescessem de forma saudável. Já se tivesse assumido a minha responsabilidade e olhado com honestidade para dentro de mim, tornaria o meu comportamento mais consciente, levando-me a perceber facilmente que se quero ter plantas vivas e cheias de vitalidade em casa, tenho de assumir com elas um compromisso – regá-las, sem arranjar constantes desculpas para não o fazer!   

A verdade-em-si, não vive de projecções, desculpas ou interpretações, mas sim de factos.
São eles que determinam a nossa vida, e trazem até nós o resultado das nossas acções.

Como dizia o Padre Feytor Pinto, “ já agora, talvez valha a pena parar e, pensar nisto” :-)       
    

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