quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

~ A ALQUIMIA DA DOR ~

A vida é cíclica e impermanente.
Perder a esperança de voltar a amar, após uma rutura, é natural. 
Mais do que as mudanças que muitas vezes somos obrigados a fazer após as perdas, é a transformação a que elas nos convidam o mais importante.
Essa transformação, do nosso “metal vil” (ego) em ouro (nossa essência) é aquilo que os antigos chamavam de alquimia, que se acredita estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. Dividiam-na em quatro etapas distintas.
A primeira a que chamavam Nigredo (associada á Terra, fase escura, onde nada se consegue ver, onde o embate inicial é sentido, a fase mais dolorosa do processo), Albedo (associada á Água, momento de paragem, de não-resistência, o choro e a tristeza são nossos aliados diários), Citredo (associada ao Ar, onde começamos a ver a experiência à distância e a sentir o quanto os nossos valores eram arcaicos) e finalmente o Rubedo (associado ao Fogo, onde nascemos integralmente para uma nova realidade interior e é este o fogo da esperança de voltar a acreditar, mas desta vez com menos ilusão, mais verdade, maturidade e lucidez.
Ao estarmos conscientes das etapas dos nossos processos, aquietamos a mente e escutamos a voz da Alma, pois confiamos na inteligência da vida, sabendo que quando estivermos preparados para um novo emprego, uma nova amizade, uma nova relação, a esperança surgirá nova, limpa, fresca, envolvida num novo e convidativo perfume.        
E, assim aprenderemos que ela é uma das condições mais primitivas da vida.
Afinal ao dia segue-se sempre a noite e à noite o dia.
Sem dramas, sem apegos, sem se questionarem entre si.
Ter esperança é saber-se vivo.
Saber-se vivo é ousar viver.
E, ousar viver é saber de cor que a esperança e a vida nem por um só momento se podem dissociar, pois aconteça o que acontecer o AMOR vencerá sempre. 

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