segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O INSUSTENTÁVEL PESO DE…NÃO SER

Não há duvida que estes são tempos de profunda transformação. Aquilo que nos parecia seguro, tornou-se desafiante e deixa-nos agora um espaço aberto para nos recriarmos e sermos cada vez mais fiéis a quem em verdade somos.
Hoje, observando a azáfama matinal no café onde diariamente vou, dei comigo a refletir para o facto de um grande nº de pessoas ainda estar a desempenhar papeis profissionais que nada lhes dizem por questões de “sobrevivência” e da frustração que naturalmente daí advém.
Entre o barulho das chávenas e o sensacionalista som da televisão, observei em velocidade relâmpago as minhas conquistas e a coragem que todos os dias necessito, para viver a minha Vida a partir da minha essência, vocação e não a partir daquilo que não-sou.
Na verdade viver é muito mais que existir.
Com este pensamento colado, dirigi-me para a mesa onde calmamente me sentei para saborear o meu café. Nela repousava uma revista onde algumas promoções de livros chamaram por mim, especialmente uma - “ A insustentável leveza de ser” de Milan Kundera.
Inspirada sorri, recordando com ternura imensa este livro.
Curioso como torno alguns livros meus, gravando-os em mim, quem sabe na esperança de os tornar fiéis aliados nesta busca constante que é a Vida.
A leveza de sermos quem verdadeiramente somos não tem preço - pensei.
No entanto, reclamarmos uma vida inteira sobre quem gostaríamos de SER, o que gostaríamos realmente de fazer, mas não agir no sentido da mudança, não só tem um preço altíssimo, como traz consigo o INSUSTENTÁVEL PESO que é…“ NÃO-SER”.
Carregá-lo é realmente uma escolha.
A todos é dada a possibilidade de SER. Mesmo nas circunstâncias mais devastadoras, esta possibilidade existe.
A responsabilidade pessoal, a que cada uma destas possibilidades nos leva é que é diferente.  
Assumirmos quem somos, responsabiliza-nos em ABSOLUTO sobre a nossa própria Vida.
Onde fica depois a culpa dos outros na nossa infelicidade?
Onde fica depois a culpa de estarmos a desempenhar funções que nos sufocam?
Não fica em lado algum.
Primeiramente porque não existe culpa, apenas responsabilidade.
Depois tão-somente porque são as nossas escolhas que traçam o nosso caminho e os nossos pés que o percorrem. 
O resto são mecanismos que queremos manter, sempre que nos afastamos da nossa essência e responsabilidade, deixando de acreditar que a confiança acontece, sempre que acolhemos nas nossas vidas a incrível e sustentável LEVEZA que é... SER J   

  

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