quarta-feira, 13 de julho de 2011

DO MEDO PARA O AMOR


Até aprendermos o AMOR vivemos realmente num campo armadilhado.
Mais uma vez hoje relembrei isto, no tema do grupo de partilha semanal : Dependência e a interdependência a dois. Fácil é perceber como nós, por não estarmos habituados a olhar para dentro, nos enganamos, chamando AMOR às nossas carências e accionando o MEDO, que nos passa à frente, corta a meta antes de nós, numa velocidade que nos parece transcender.
Na verdade na vida só existem duas formas de nos relacionarmos, por MEDO ou por AMOR.
A primeira, vem sorrateira e torna-nos dependentes do outro.Temos medo de o perder ( como se isso fosse possível!), fazemos de tudo para o agradar, diluindo e confundindo a nossa identidade , pois no fundo queremos ter a certeza de que sempre que espirrarmos ele(a) vai assoar o nariz em simultâneo, tudo para “garantir” que aquela relação nunca nos irá faltar e que assim seremos (in)felizes :-) para sempre.
O medo de perder, leva-nos a criar fortes dependências relacionais mesmo que não o queiramos admitir, talvez porque, como gosto de afirmar, quando a verdade dói, a mentira sempre vai consolando. No entanto este consolo parece não chegar quando um dos nossos maiores medos corta a dita meta. Falo do MEDO de REJEIÇÃO.
Com base nele são muitíssimas as minas que pisamos.
Controlamos o outro, (ainda que subtilmente), mas esbracejamos horrorizados quando nos sentimos controlados.
Roemo-nos de ciúmes, fazendo cenas dignas de qualquer filme nomeado para os Óscares de Hollywood, mas quando nos fazem cenas, (ainda que só parecidas), abrimos a goela, a porta e a mala da roupa, para nos despacharmos daquilo e desaparecermos de vez dali para fora.
Criamos expectativas, atrás de expectativas e queremos que o outro corresponda às mesmas. Enfim, tudo isto, e muito mais, sem pararmos para pensar e questionarmos qual é verdadeiramente o nosso padrão.
Simples. Numa relação deste tipo, somos dependentes que dependam de nós. Inconscientemente isto dá-nos a ilusão de sermos aceites e com isso parecemos apaziguar a dor profunda da falta de AMOR que sentimos. Desgastamo-nos, quando só precisamos de ousar mudar o PIN original: Sair do MEDO para o AMOR, começando por deixarmos de nos relacionar para obtermos aquilo que nos falta, e começando a relacionarmo-nos a partir daquilo que já temos dentro de nós.
Mas… para ter dentro é preciso aprender a SER.
Este é o começo para a longa aprendizagem do AMOR, primeiro em nós, só depois no outro.
Com o hábito de olhar para dentro, começamos a conhecer o nosso ilimitado potencial, as nossas dificuldades e facilidades e com isto aprendemos a não ter medo de expressar a nossa verdadeira identidade. Este processo de aprendizagem, vai-nos preparando para relações mais saudáveis, relações de liberdade, onde o apego deixa de fazer sentido, onde a individualidade anula o individualismo, e onde a expressão máxima da união, não é a relação, mas sim o AMOR verdadeiro entre dois seres, que mais do que viverem um para o outro, escolhem viver um com o outro.
E aqui " Entre Nós" será que estás a viver a tua relação com base no AMOR?



2 comentários:

  1. muito reconfortante saber que no amor não existe medo..

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  2. No dizer de Osho, o medo é a ausência de amor...
    O meu sentimento também é esse, dizendo de outro modo: o amor é o fluxo, a vida, o medo é a paralisação do fluxo. Passemos, então, do medo ao amor... Estou curiosa para ler o livro da Cristina!

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