Histórias Reais



Porque atraía eu relações complicadas?


Habituada a uma história de rejeição toda minha vida, não me foi difícil atrair relações complicadas. Sem perceber tinha adquirido padrões de relacionamentos que em vez de me satisfazerem reforçavam a ideia de que eu não era importante e estaria sempre sem segundo plano na vida de quem quer que fosse. Filha de um workaholic e mãe codependente a atenção que me dispensavam não podia ser muita. Cresci a acreditar que tinha que chamar a atenção através de dar amor aos que sentia estarem em desvantagem nesta sociedade mais propriamente a “coitados” e ajudá-los a serem boas pessoas ou a serem aquilo que eu achava que tinham potencial para ser.  Depois de um casamento fracassado com um adito e de uma relação com um homem casado que me afirmava que não deixaria a mulher por ninguém  e de outras relações que se seguiram com pessoas indisponíveis, resolvi mudar, NÃO OS OUTROS MAS A MIM. Será que eu podia ser digna da minha atenção? Será que eu podia ter projectos de vida que me satisfizessem? De que gostava? Que sentia eu? Disto tudo pouco conhecimento tinha ou seja, conhecimento eu tinha mas não imaginava poder fazer algo para conseguir. Por incrível que me pudesse parecer antes  o meu  caminho passou mais por aí ao tentar integrar-me em mim mesma, preenchendo o que me faltava e que tanto procurava nos outros, aceitação, carinho, reconhecimento etc.  Preenchendo-me sentia-me mais feliz mais calma e não tão desejosa de salvar tudo á minha volta e isto foi o que mais me ajudou a arriscar ter relações de novo, sempre tentando manter o meu espaço, sem deixar que o invadam e isso sim faz-me feliz e completa.
Luisa Ferreira da Silva – Secretária de Administração



Uma Vida por Amor


Sempre fui um Homem que viveu por Amor e que correu muitas vezes atrás deste nobre sentimento, esta sensação de pertença, de partilha e companheirismo.

Confesso que em muitos momentos confundi o Amor com tantas outras emoções e afeições como a atracção física que acarretava consigo algo associado ao amar um corpo, uma forma humana ou a paixão aquele rasgar fulminante no peito que originava faíscas a cada entrega.

Vivi vários tipos de relações amorosas desde as mais intensas às mais fugazes, mas sempre com e por Amor! Porém o amor que procurei tanto tempo surgia para colmatar as carências, a necessidade de ser amado, acarinhado e de ter alguém na minha Vida. Expressão muito forte, esta de dizer “ter”, como se a pessoa com quem criava uma vida fosse algo que me pertencesse na totalidade. Amar não é possuir! Aprendi isso das piores formas ao ver-me envolvido em teias de ciúmes, discussões sem sentido motivadas pela desconfiança no meu par, pela mantida necessidade de preencher espaços vazios que nem eu julgava ter.

Com o passar do tempo surgiu o maior desafio de todos, aquele que eu mantinha camuflado nesta minha capa de sedutor nato e conquistador, a de descobrir o Amor em mim mesmo! Amar-me e não precisar de alguém que me amasse em primeiro lugar e acima de tudo!

Quando trabalhei em mim o meu Amor por mim, as relações mudaram! O Amor que me une ao meu par transformou-se num elo forte com confiança e acima de tudo com liberdade. A liberdade de ser eu mesmo e sermos nós em simultâneo sem nunca perturbar o equilíbrio de cada um dentro da relação!

Descobri que o Amor, e ainda tenho tanto que aprender, é aquele elo que une as pessoas aquém de qualquer relação confinada a um espaço, a um local, a um par. O Amor é Universal e transversal qualquer momento e pessoa. Como diria a grande poetisa Florbela Espanca “ Eu quero amar, amar perdidamente…. Amar só por amar, aqui, além, mais este e aquele, o Outro e toda a gente!”

O Amor lidera além de qualquer tempo, distância e sendo algo tão individual não se deveria matematizar com tentativas vãs de equacionar o amor como uma fórmula entre a distância, o tempo e a quantidade. Amo porque Amo e sim, esta é a minha essência.
Ricardo Fonseca - Enfermeiro



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